Ontem fui almoçar na Liberdade e, como sempre, aproveitei para entrar nos mercados e comprar cogumelos, guiosa, missô, etc. Na fila, que estava enorme, acabamos conversando a três. Duas mulheres à minha frente: uma loura, outra japonesa-brasileira, provavelmente sansei, e eu. A primeira contava sobre uma receita que inventara com pasta de missô... para acompanhar uma cerveja gelada. Não ouvi a receita, mas pensei com meus botões: "Adaptação brasileira do missô japonês." Para minha surpresa, a japonesa - ouvinte aparentemente distraída - se saiu bem com outra receita do gênero. Segundo ela, nada melhor para temperar uma costelinha de porco do que a mistura:
Missô, alho e vinagre.
Depois é só deixar uns dois ou três dias na geladeira para ficar bem curtido. Como eu já fazia parte da conversa, no meu purismo nipônico perguntei se era vinagre de arroz. Ela respondeu sorrindo: "O que você tiver". A loura emendou buscando o final da receita: "Então, depois bota no forno..." No que nossa colega respondeu: "Não, é só dá uma douradinha na panela mesmo e pronto." Rimos as três pela praticidade, rapidez e excelente tira-gosto para a cervejinha num dia especialmente quente, como o que fazia ontem. E, claro, a fila andou mais rápido.