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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Peixe com banana



Delícia! Super rápido de fazer. Temperei os filés de Saint Peter com um pouco de suco e algumas fatias finas de limão siciliano, sal, pimenta do reino, uma colher de azeite e folhinhas de poejo fresco - pode ser outra erva, de preferência fresca. Alecrim fica ótimo! Passei numa frigideira antiaderente, com as fatias de limão siciliano, que podem e devem ser comidas com casca.
Depois de retirar o peixe, na mesma frigideira, passei uma banana prata cortada ao comprido e pus um pouco de canela em pó. Não precisa fritá-la, basta aquecê-la.
A saladinha que acompanha, já publiquei outro dia, só mudei o queijo por algumas lascas de pecorino. E, uma fatia de pão ciabata do Olivier. Voilà!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cozinha e escrita



Já comentei aqui sobre o filme "Julie & Julia" e como gostei do começar de novo vivido por Julie Powell. Agora estou lendo "Minha cozinha em Berlim", de Luisa Weiss, que faz alusão ao blog de Julie, sua contemporânea, que a levou a conhecer vários blogs que associam cozinha e escrita de forma descontraída. Luisa também escreveu um blog e, como Julie, seu livro veio depois - publicado em 2012 e traduzido para o português em 2013. Vale à pena conferir os blogs de ambas.

De Julie Powell, há dois blogs online:

1. What could happen é o que deu origem ao filme. Sua última postagem é de abril de 2010.
http://juliepowell.blogspot.com.br/ 

2. Julie Powell Books traz referências sobre a cobertura na mídia, um livro posterior, e no link 'blog' há posts sobre o que a autora denominou como The Julie/Julia project blog, entre outros. 

http://juliepowellbooks.com/

Luisa Weiss, por sua vez, construiu o blog The Wednesday Chef  

Inicialmente, achei o livro com uma narrativa lenta, mas depois fui me interessando pelas histórias de família associadas à culinária e à composição entre diferentes culturas na trajetória de Luisa. Talvez porque eu venha pensando sobre como fui me envolvendo e aprendendo a gostar da cozinha. Fazendo as sobremesas quando morava com meus pais, depois me virando quando passei a morar sozinha, cozinhando junto com alguém e/ou explorando novas combinações. 
O blog já traz referências sobre a trajetória de Luisa e das histórias das receitas e modos de comê-las, que compõem influências italianas, alemãs, americanas, francesas, entre outras. Quem começar pelo blog, pode se interessar pelo livro. Há dicas interessantes que aparecem ao longo da leitura.

Os links para estes e outros blogs estão na 'Minha lista de blogs'.    


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Carta Aberta da Fiocruz frente às atuais mudanças na regulação de Agrotóxicos e as perdas para a Saúde Pública

24 de fevereiro de 2014

A Legislação de Agrotóxicos no Brasil (Lei 7.802/89 e Decreto 4.074/2002) é uma conquista da sociedade brasileira dentro de um processo participativo-democrático e amparado pela Constituição da República de 1988. Nela o Estado, com a participação da sociedade civil, tem o dever de avaliar e controlar o seu uso, por meio de mecanismos intersetoriais de órgãos da saúde, agricultura e meio ambiente. No caso da saúde, cabe à ANVISA a execução destas atividades.

A crescente pressão dos conglomerados econômicos de produção de agroquímicos para atender as demandas do mercado (agrotóxicos, fertilizantes / micronutrientes, domissanitários) e de commodities agrícolas, tem resultado numa tendência de supressão da função reguladora do Estado.

As legislações recentemente publicadas e os correspondentes projetos de lei em tramitação, ao flexibilizarem a função regulatória do estado, tendem a desproteger a população dos efeitos nocivos inerentes aos agrotóxicos, principalmente, e de maneira mais grave, àqueles segmentos sociais de maior vulnerabilidade: trabalhadores e moradores de áreas rurais, trabalhadores das campanhas de saúde pública e de empresas de desinsetização, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
A literatura científica internacional é inequívoca quanto aos riscos, perigos e danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos, particularmente entre os trabalhadores e comunidades rurais que estão sistematicamente expostos a estes produtos, inclusive por meio de pulverizações aéreas de eficácia duvidosa.

A Fundação Oswaldo Cruz, enquanto uma das principais instituições de produção tecnológica, pesquisa, ensino técnico e pós-graduado em saúde do país, tem o compromisso de produzir conhecimento para a proteção, promoção e cuidado da saúde.

Na questão específica do tema agrotóxicos, em perspectiva interdisciplinar, a Fiocruz historicamente oferta cursos e desenvolve pesquisas voltadas para o aprimoramento da gestão pública; realiza diagnóstico de agravos de interesse da saúde pública; implementa  programas inovadores de vigilância; desenvolve e a aplica metodologias de monitoramento e avaliação toxicológica, epidemiológica e social; e realiza a investigação de indicadores preditivos de danos e a comunicação científica.

Entre às atividades de serviços prestados, a Fiocruz integra o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e as ações de Vigilância a Saúde. Mantém sob sua coordenação o Sistema Nacional de Informação Toxico-Farmacológica (SINITOX) que disponibiliza desde 1985 informações sobre os agravos relacionados aos agrotóxicos com base nas notificações coletadas junto aos centros de informação e assistência toxicológica distribuídos no país. Participou diretamente das atividades de reavaliação e decisão sobre os agrotóxicos que provocam efeitos agudos e crônicos sobre a saúde humana conforme dados experimentais, clínicos e epidemiológicos obtidos em trabalhadores e em consumidores, onde são suspeitos de possuir efeitos carcinogênicos, teratogênicos, mutagênicos, neurotóxicos e de desregulação endócrina.

Na cooperação técnica destacam-se sua participação direta junto ao Sistema Único de Saúde, órgãos colegiados, agências internacionais (OMS/OPS/IARC/IPCS; OIT; FAO) e organizações multilateriais (Convenções de Estocolmo, da Basiléia, Roterdã) voltados aos processos de regulação de produtos e serviços de risco químico /agrotóxicos. Colabora com órgãos Legislativos, Ministério Público e Sociedade Civil Organizada em iniciativas que visam aprimorar a atuação no controle de agrotóxicos e fomento a produção limpa e segura.

Este processo em curso de desregulação sobre os agrotóxicos que atinge especialmente o setor saúde e ambiental no Brasil, está associado aos constantes ataques diretos do segmento do agronegócio às instituições e seus pesquisadores que atuam em cumprimento as suas atribuições de proteção à saúde e ao meio ambiente. Frente a estes ataques a Fiocruz, o Instituto Nacional de Câncer e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva já responderam repudiando-os mediante nota pública, reafirmando assim seu compromisso perante á sociedade de zelar pela prevenção da saúde e proteção da população.

Em suas relações com a sociedade, de acordo com preceitos éticos e do SUS, a Fiocruz participa de diversas iniciativas de esclarecimento e mobilização tais como o “Dossiê da Abrasco - Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na Saúde” assim como da “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida”, do “Grito da Terra”; “Fóruns Nacional e Estaduais de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos” entre outros mecanismos e instrumentos que visam buscar alternativas ao uso de agrotóxicos.

Ante o exposto, a Fundação Oswaldo Cruz contesta a Lei que permite o registro temporário no País em casos de emergência fitossanitária ou zoossanitária sem avaliação prévia dos setores reguladores da saúde e do meio ambiente (Lei n° 12.873 /13 e o Decreto n° 8.133/13), pugnando por sua revogação imediata. A Fiocruz se coloca também contrária a outros Projetos de Lei que tenham o mesmo sentido, como o PL 209/2013 do Senado que pretende retirar definitivamente ou mesmo restringir a atuação das áreas de saúde e meio ambiente do processo de autorização para registro de agrotóxicos no Brasil.

Declara, ainda, que se coloca à inteira disposição das autoridades do executivo, do legislativo, do judiciário, do Ministério Público e da sociedade civil para participar das discussões sobre o marco regulatório de agrotóxicos, na busca de alternativas sustentáveis, como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Frente a esse cenário a Fiocruz formalizou um Grupo Trabalho sobre agrotóxicos entre seus pesquisadores para tratar de forma sistemática o tema.

A Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre essas inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida.

Fonte: Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)