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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
O que aconteceria se o mundo inteiro virasse vegetariano?
Rachel NuwerDa BBC Future
Há uma série de motivos pelos quais as pessoas se tornam vegetarianas. Algumas se dizem contrárias ao sofrimento dos animais, enquanto outras tentam manter um estilo de vida mais saudável, por exemplo.
Por mais que seus amigos "carnívoros" neguem, vegetarianos têm razão: reduzir a ingestão de carne traz muitos benefícios à saúde e ao planeta. E quanto mais novos adeptos, mais essas vantagens são reproduzidas em escala global.
Mas se todos nós resolvêssemos nos tornar vegetarianos inveterados, as consequências poderiam ser dramáticas para milhões - ou até bilhões - de pessoas.
"Trata-se de um conto de dois mundos", define Andrew Jarvis, do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), com sede na Colômbia. "Em países desenvolvidos, o vegetarianismo traria vários tipos de vantagens para a saúde pública e para o meio ambiente. Mas nas nações em desenvolvimento, poderia haver ainda mais pobreza."
Bife x carros
Jarvis e seus colegas analisaram a hipótese de todos os habitantes da Terra mudarem suas dietas da noite para o dia.
Primeiro, eles observaram o impacto nas mudanças climáticas. A produção de alimentos responde por algo entre 25% e 30% de todas as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo homem em todo o mundo. E o grosso disso vem da pecuária.
Apesar disso, o impacto de nossa alimentação sobre o clima é frequentemente subestimado. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma família de quatro pessoas emite mais gases de efeito estufa por comer carne do que por dirigir dois carros. Mas, em geral, são os veículos motorizados - e não bifes - que aparecem como vilões nas discussões sobre o aquecimento global.
"Muitas pessoas não pensam nas consequências que a produção de alimentos tem sobre o clima", diz Tim Benton, especialista em segurança alimentar da Universidade de Leeds, no Reino Unido. "Mas se consumirmos um pouco menos de carne hoje em dia, deixaremos um mundo um pouco melhor para nossos filhos e netos."
Marco Springmann, pesquisador no programa Future of Food, da Universidade de Oxford, tentou quantificar esse argumento, construindo modelos computadorizados que simularam o que aconteceria se todos os seres humanos se tornassem vegetarianos até 2050.
Os resultados indicam que, graças à eliminação da carne vermelha da dieta, as emissões ligadas à produção de alimentos cairiam 60%. E se o mundo todo passasse a ser vegano - sem consumir nenhum produto de origem animal - a queda seria de 70%.
"Esse cenário não é muito realista", admite Springmann. "Mas destaca a importância que as emissões relacionadas à produção de alimentos terão no futuro."
Mais florestas e biodiversidade
A indústria alimentícia, especialmente a pecuária, também toma muito espaço, o que provoca emissões com a transformação do uso da terra e com a perda da biodiversidade. Dos quase 5 bilhões hectares de terra usados atualmente no mundo para a produção de alimentos, 68% são usados para a pecuária.
Se todos nós virássemos vegetarianos, em um mundo ideal, nós dedicaríamos 80% desses pastos ao reflorestamento, o que aumentaria a absorção de carbono e aliviaria as mudanças climáticas.
Transformar antigas pastagens em habitats nativos também seria uma bênção para a biodiversidade, inclusive para grandes herbívoros como os búfalos, que perderam seu espaço para o gado bovino, e para predadores como os lobos, frequentemente mortos por atacarem ovinos, suínos e aves.
Os 10% a 20% de pastos restantes poderiam ser usados para o cultivo de mais alimentos com a finalidade compensar as falhas no abastecimento de comida. Apesar de um aumento relativamente pequeno na área cultivada, isso compensaria a perda da carne, já que um terço das terras hoje é usada para produzir alimentos para o gado - não para humanos.
No entanto, o reflorestamento ou a conversão das terras para o plantio precisariam de planejamento e investimento, já que as pastagens tendem a ser altamente degradadas. "Você não pode simplesmente tirar o gado de uma fazenda e esperar que o lugar se torne uma floresta primária sozinho", diz Jarvis.
Impacto econômico
As pessoas envolvidas na indústria da carne também precisariam de ajuda para mudar de carreira, arrumando novas posições na agricultura, no reflorestamento ou produzindo bioenergia a partir de derivados dos produtos atualmente usados como ração de gado.
Alguns fazendeiros também poderiam receber pagamento para continuar cultivando parte de seu gado com o objetivo de manter a biodiversidade.
Se não conseguíssemos criar alternativas profissionais e subsídios para essas pessoas, seria possível imaginar uma alta taxa de desemprego e uma grande inquietação social, especialmente nas comunidades rurais ligadas ao setor pecuário.
"Há mais de 3,5 bilhões de ruminantes domésticos em todo o planeta, além de dezenas de bilhões de aves produzidas e mortas a cada ano para servirem de alimento", explica Ben Phalan, que pesquisa o equilíbrio entre demanda alimentar e biodiversidade na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. "Estamos falando de um enorme transtorno para a economia."
Tradições carnívoras
Mas até mesmo os planos mais bem executados provavelmente não seriam capazes de oferecer um modo de vida alternativo para todas as pessoas que atualmente trabalham na pecuária. Cerca de um terço das terras do mundo são áridas ou semiáridas e só comportam a criação de animais.
"Sem gado, a vida em algumas regiões seria impossível", diz Phalan. Isso inclui particularmente povos nômades que, sem seus animais, seriam obrigados a se assentarem em algum povoado ou cidade, perdendo sua identidade cultural.
Até mesmo pessoas cujas vidas não dependem apenas da pecuária poderiam sofrer, já que pratos à base de carne fazem parte da história, da tradição e da cultura de vários povos. "O impacto cultural de abrir mão da carne seria enorme, e é um dos motivos pelo qual os esforços para reduzir o consumo acabam fracassando", explica o cientista.
Menos mortes e doenças crônicas
Os efeitos na saúde também seriam variados. O modelo de Springmann mostra que se todos nós adotássemos uma dieta vegetariana até 2050, veríamos uma redução na mortalidade global de 6% a 10%, graças a uma menor incidência de doenças cardíacas, diabetes, derrames e alguns tipos de câncer.
Isso não seria apenas o resultado de eliminar a carne vermelha, mas também por causa da redução de calorias e do aumento da ingestão de frutas e legumes.
E com menos pessoas sofrendo de doenças crônicas relacionadas à dieta, isso também traria um corte nos gastos da saúde pública, economizando de 2% a 3% do PIB global.
Mas para que isso aconteça seria necessário encontrar substitutos apropriados do ponto de vista nutricional, especialmente para os mais de 2 bilhões de subnutridos que existem em todo o mundo. Alimentos de origem animal possuem mais nutrientes por caloria do que certos grãos. "O vegetarianismo em escala global poderia criar uma crise de saúde no mundo em desenvolvimento porque de onde traríamos esses micronutrientes?", pergunta Benton.
Com moderação
Felizmente, o mundo inteiro não precisa adotar o vegetarianismo ou veganismo para que possamos ter os benefícios sem os prejuízos.
Em vez disso, é fundamental uma moderação na frequência com que se come carne e no tamanho das porções.
Um estudo comprovou que se a Grã-Bretanha adotasse as recomendações alimentares da Organização Mundial de Saúde (OMS), suas emissões de gases de efeito estufa cairiam 17% - algo que poderia cair ainda outros 40% se os habitantes evitassem produtos de origem animal e alimentos processados.
"São pequenas mudanças que os consumidores nem perceberiam. Não seria algo como ser vegetariano versus ser carnívoro", explica Jarvis.
- Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site da BBC Future.
Fonte: BBC Brasil
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Blog novo: "Maçã com Tomilho"
Novidades e sugestões de geleias, chutneys e picles. O menu e os preços de venda dos produtos estão disponíveis. Pode ser uma ótima ideia para lembrancinhas, amigos ocultos e um complemento para as mesas festivas.
Conheça "Maçã com Tomilho": https://macacomtomilho.blogspot.com.br/
Também, #macacomtomilho no Instagram
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segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Árvores conversam entre si, detectam perigos ao redor e ajudam as plantas mais velhas a se alimentar, garante estudo
01 nov 2016
As árvores têm amigos, sentem-se solitárias, gritam de dor e se comunicam por debaixo da terra via woodwide web. É o que afirma o engenheiro florestal Peter Wohlleben, no livro recém-lançado The Hidden Life of Trees (A Vida Oculta das Árvores, em português).
Segundo Wohlleben, algumas árvores agem como pais das outras e como boas vizinhas. Outras fazem mais do que projetar sombras: elas são verdadeiras defensoras contra espécies rivais. As mais novas correm riscos na ingestão de líquidos e na queda das folhas – e então mais tarde se lembram dos erros cometidos.
Certamente, sua próxima caminhada no parque será diferente, se você imaginar que embaixo dos seus pés as raízes das árvores estão crepitando com um bate-papo cheio de energia! O autor acredita que nós não sabemos nem metade do que está acontecendo debaixo da terra e das cascas das árvores: “Nós estamos olhando para a natureza há mais de 100 anos como se ela fosse uma máquina”, argumenta.
Wohlleben – sobrenome que, coincidentemente, quer dizer “viver bem” – desenvolveu seu pensamento ao longo da última década, enquanto observava o poderoso, e interessante sistema de sobrevivência da floresta de faia antiga, que ele gerencia nas montanhas Eifel, na Alemanha. “A coisa que mais me surpreendeu é quão sociais as árvores são. Eu tropecei em um velho toco um dia e vi que ainda estava vivo, embora tivesse 400 ou 500 anos, sem qualquer folha verde. Todo ser vivo precisa de nutrição. A única explicação é que ele foi mantido com uma solução de açúcar dada pelas árvores vizinhas, a partir de suas raízes. Como engenheiro florestal, eu aprendi que as árvores são concorrentes que lutam umas contra as outras, pela luz, pelo espaço, e ali eu vi que acontece o contrário. As árvores são muito interessadas em manter todos os membros de sua comunidade vivos”.
A chave para isso, ele acredita, é a chamada woodwide web (numa alusão à rede mundial de computadores, a worldwide web). Quando estão sob ataque, as árvores comunicam sua angústia para as outras a seu redor emitindo sinais elétricos a partir de suas raízes e de redes formadas por fungos (algo que se assemelha ao nosso sistema nervoso). Pelos mesmos meios, elas alimentam árvores atingidas, alimentam algumas mudas (seus “filhos mais amados”) e restringem outras para manter a comunidade forte.
“As árvores podem reconhecer com suas raízes quem são suas amigas, quem são seus familiares e onde estão seus filhos. Elas também podem reconhecer árvores que não são tão bem-vindas”, ele explica. Na análise de Wohlleben, é quase como se as árvores tivessem sentimentos e caráter. “Nós pensamos que as plantas são robóticas, seguindo um código genético. Plantas e árvores sempre têm uma escolha sobre o que fazer. As árvores são capazes de decidir, ter memórias e até mesmo personas diferentes. É possível que existam os mocinhos do bem e os do mau”, completa.
O livro The Hidden Life of Trees, What They Feel, How They Communicate, de Peter Wohlleben, foi publicado pela editora Greystone Books e está disponível em alemão e inglês.
Imagem: Peter Wohlleben
Fonte: The Greenest Post
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Crepioca de ricota e beterraba com chutney de manga e salada crua
Almoço rápido e delicioso! A crepioca é facílima de fazer.
2 colheres de sopa de goma para tapioca
1 colher de sopa de iogurte natural, consistência firme
1 ovo
Bata bem e ponha em uma frigideira antiaderente quente, apenas besuntada de azeite. Baixe o fogo e vá deslizando o líquido devagar, num movimento circular, para cozinhar. Quando achar que está cozida, mesmo que fique um pouquinho mole no centro, ponha o recheio e cubra-o com os lados da crepioca. Aguarde alguns segundo e desligue o fogo.
Para o recheio, eu usei:
1 beterraba pequena ralada em um ralo fino
A mesma quantidade de ricota solta com o garfo
Folhas de salsa e de alecrim frescos picadinhas
1 pitada de sal de ervas e
1 pitada de noz moscada em pó
*A quantidade dá para duas crepiocas.
Salada crua a gosto. Utilizei: alface crespa, salsa, repolho roxo, cenoura e rabanete.
Por fim, um toque que fez toda a diferença: 2 colheres de sopa de chutney de manga e dedo-de-moça, da "Maça com Tomilho"
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
domingo, 16 de outubro de 2016
A primeira geleia a gente nunca esquece!
Como já divulguei aqui no blog, criei a "Maçã com tomilho" e tem sido uma ótima experiência. Estou descobrindo coisas e sabores novos, além de, a meu ver, cozinhar ser realmente uma boa terapia.
Já vinha inventando novidades, mas depois de começar a vender os produtos, fiquei mais atenta ao processo de conservação e decidi fazer um curso a respeito. Foi um curso rápido, no Senai, mas muito valioso para mim. Preocupações com pesos e temperaturas passaram a fazer parte de meu cotidiano, além da atenção à higienização dos instrumentos e equipamentos adequados. Adeus, colher-de-pau!!! Então, esta foto marca uma espécie de renovação e avanço no trabalho, pois foi a primeira geleia (maçã e pera com gengibre) que, além do sabor e a da inspiração, contou com técnica. Posso afirmar que a primeira geleia a gente nunca esquece. Também, constatei que precisamos mais do que duas mãos na cozinha. São necessários vários tentáculos para controlar tudo. E, a gente gosta!!!
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Relatório do Ministério da Saúde aponta uso excessivo de agrotóxicos no Brasil
Documento mostra que comercialização de venenos aumentou de forma desproporcional à área plantada, o que sugere intensificação do uso e, consequentemente, risco maior de contaminação
O Ministério da Saúde lançou este mês um relatório que confirma o uso ostensivo de agrotóxicos no Brasil e aponta um aumento desproporcional da comercialização em comparação com a área plantada. Entre 2007 e 2013, as vendas aumentaram 90,5% no país, enquanto a área plantada aumentou apenas 19,5%.
O dado sugere que houve uma intensificação na aplicação de agrotóxicos na produção e, com isso, um risco maior de exposição da população a partir do trabalho no campo e da contaminação do meio ambiente, da água e dos alimentos.
O relatório apresenta dados sobre a evolução dos casos de intoxicação por agrotóxicos no país e aponta que, no período de 2007 a 2014, São Paulo foi o estado com o maior número de casos notificados (12.562), seguido por Paraná (10.967 casos), Minas Gerais (10.625 casos) e Pernambuco (5.734 casos). O Ministério da Saúde admite, porém, que há subnotificação expressiva das intoxicações por agrotóxicos, contribuindo para invisibilidade da magnitude do problema no país.
O relatório também aponta que o glifosato é o agrotóxico mais utilizado no país. No ano passado, esse princípio ativo foi classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde.
A nutricionista e pesquisadora do Idec Mariana Garcia aponta que é fundamental avançar no monitoramento do uso de agrotóxicos e na transparência dos resultados para os consumidores, já que, infelizmente, a maioria dos brasileiros consome-os diariamente.
“O relatório do Ministério da Saúde dá um passo nessa direção. Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer, principalmente em relação ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos alimentos e na água e os impactos para a saúde dos consumidores.”, afirma.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Roxo e vermelho
Cebola roxa, pimentão vermelho, champignon, manjericão e tomilho frescos no azeite. Pronto! Só colocar no pão quentinho e voilà.
Indústria pagou cientistas para minimizar risco do açúcar à saúde, diz estudo
RIO - A Sugar Research Foundation, nos Estados Unidos, chegou a pagar US$ 48.900 (em valores atuais) a pesquisadores por um artigo que, publicado pelo "The New England Journal of Medicine" (NEJM) em 1967, minimizou o consumo de açúcar como fator de risco para doenças coronárias. A revelação é de um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico científico "JAMA".
O artigo "Sugar industry and coronary disease research: a historical analysis of internal industry documents" ("Indústria do açúcar e pesquisa sobre doença coronária: uma análise histórica de documentos internos da indústria") é assinado por Stanton Glantz, da Universidade da Califórnia, e outros dois pesquisadores. Eles se debruçaram sobre documentos sigilosos e outros registros históricos da Sugar Research Foundation (SRF).
Na década de 50, começaram os primeiros debates sobre a possível influência do açúcar nos problemas cardiovasculares. A pesquisa publicada no NEJM foi a primeira financiada pela fundação e classificou como limitados os métodos das pesquisas que associaram o açúcar a um fator de risco.
Segundo o estudo do JAMA, porém, a SRF participou de todo o processo, desde a determinação das metas para a pesquisa até a revisão de rascunhos. No trabalho final, a gordura e o colesterol figuraram como os fatores de riscos principais para doença. Somente em 1984, o "New England Journal" passou a aplicar uma política de conflito de interesses para as publicações científicas, exigindo a divulgação de valores e condições dos financiamentos a pesquisas.
Analisando outros documentos, pesquisadores sugerem que a indústria do açúcar patrocinou diferentes pesquisas entre 1960 e 1970, que minimizaram, com êxito, o papel do açúcar como fator de risco de diversas doenças. O Programa Nacional de Cáries, do Instituto Nacional de Pesquisa Dentária, por exemplo, teria sido influenciado a mudar o foco, nos tratamentos dentários, da restrição à sucrose para intervenções diretas em cáries dentárias.
Provavelmente como resultado de todo esse lobby, em 1980, poucos cientistas acreditavam que os açúcares tivessem um papel significativo na doença da artéria coronária. Hoje, a relação entre o açúcar e a doença ainda está em aberto, mas os autores do estudo sugerem que as políticas públicas deem menos peso a pesquisas financiadas pela industria alimentícia.
Fonte: O Globo
França proíbe venda de copos e pratos plásticos descartáveis
Exame.com | De Vanessa Barbosa
Publicado: Atualizado:
A França tornou-se o primeiro país do mundo a proibir a venda de copos, taças, pratos, talheres e outros utensílios descartáveis de plástico.
A nova lei segue uma proibição total de sacolas plásticas aprovada em julho e é parte do projeto Transição Energética para o Crescimento Verde, um plano para tornar o país um dos líderes mundiais na adoção de práticas de redução de impacto ambiental e das emissões de gases de efeito estufa.
Aprovada no mês passado, a medida passará a valer integralmente em 2020, o que dá bastante tempo para os fabricantes e estabelecimentos comerciais, incluindo restaurantes e supermercados, se adequarem às novas regras.
Mas isso não significa o fim dos utensílios descartáveis. Segundo a nova lei, esses produtos deverão ser 50% constituídos por materiais de origem vegetal e serem biodegradáveis. Esses materiais incluem, em particular, amido de milho, amido de batata, fibras têxteis ou de celulose, ou de bambu. Cinco anos depois, em 2025, o conteúdo vai aumentar para 60%.
Com a investida, o país espera reduzir o impacto ambiental do plástico convencional, derivado de petróleo, que leva várias décadas para se decompor e é frequentemente associado a substâncias que podem ser tóxicas. Além disso, é esperada uma redução dos custos com energia para reciclagem dos utensílios descartáveis.
De acordo com a AFP, organizações ambientalistas elogiaram a lei francesa e esperam que ela sirva de exemplo para outros países, porém críticos argumentam que a proibição de produtos prejudica os consumidores e que as medidas francesas violam as regras da União Europeia sobre a livre circulação de mercadorias.
Estimativas apontam que 4,7 bilhões de utensílios plásticos foram descartados na França em 2015 apenas, e cerca de 17 bilhões de sacolas plásticas usadas anualmente em supermercados de todo o país.
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